Comunicado de ocupação da faculdade de Economia (ASOEE)
Na noite do sábado 6/12 um policia disparou a sangue frio contra Alexis Grigoropoulos de 15 anos, em Exarchia (Atenas).
Este facto fala por si só, como também os actos de resistência e revolta que se estenderam rapidamente essa mesma noite em Atenas e em todo o país. Este assassinato estatal em particular é a gota que fez transbordar o copo da violência e do terrorismo da cada dia que sofre cada vez com mais dureza nos últimos tempos grande parte da sociedade, através de despedimentos em massa, da degradação económica, do estado policial e do terrorismo psicológico que divulgam as notícias das oito. Este assassinato estatal em particular não foi um caso isolado.
Os que têm um mínimo de memória colectiva não esquecem nem o assassinato do Michalis Kaltezas de 15 anos em Novembro de 1985 às mãos do polícia Melista, nem os assassinatos mais recentes de Hraklis Maragakis de 23 anos por um guarda em Iraklio (Creta), de Maria Koulouri de 43 anos em Leukimi, nem os combatentes assassinados pelo regime democrático (Kumis, Kanelopulu, Tsironis, Temponeras etc).
Também não esquecemos a política assassina em geral do estado e do capital. Como são exemplo os «acidentes de trabalho», assassinatos diários nas galés do trabalho, como o exemplo mais recente do extermínio em massa de trabalhadores em Perama em Julho, os assassinatos e surras diários a incontáveis imigrantes anónimos desde as fronteiras do estado grego até aos calabouços da polícia, assim como os assassinatos dos detidos nas salas de torturas da democracia.
Este assassinato estatal em particular, no final recebe a resposta que lhes corresponde… Nas ruas das cidades que ardem às mãos de milhares de jovens, de trabalhadores, de desempregados e imigrantes que enfrentam as unidades de repressão e atacam os templos do consumo, os ladrões legais que se encontram nos bancos e os assassinos legais que se encontram nos quartéis da polícia.
Entretanto a luta estende-se na sociedade, com os cidadãos que atiram vasos aos policias, imigrantes que se confrontam com a polícia anti-motim nos seus bairros, estudantes que ocupam suas escolas e que saem e se confrontam nas ruas, os meios de comunicação que mudam o significado dos confrontos, que na verdade têm um carácter social e classista.
Enquanto que por um lado mostram as suas lágrimas de crocodilo pelo assassinato, por outra tentam voltar a sociedade contra os que lutam, apresentando os ataques contra os grandes armazéns e multinacionais como reacções extremistas que prejudicam o conjunto da sociedade.
Assim como não aceitamos este assassinato a sangue frio como um caso isolado de violência estatal, também não nos voltamos apenas contra a «má direita», mas também contra todos os governos e em geral contra o regime explorador e repressor da democracia burguesa.
Por isso não pedimos nenhuma demissão de ministros nem do governo nem esperamos nenhuma justificação institucional pelo assassinato. Não existe justificação para um assassinato, para nenhum assassinato estatal. Existe só a difusão da raiva, a agudização das respostas que se dão nas ruas, o nosso desejo que a raiva social-classista se volte total e subversivamente contra o sistema capitalista e as relações de poder, sobre as quais se constrói a realidade repressiva da qual todos nos damos conta.
Como parte do confronto social-classista, a ocupação da faculdade de economia (ASOEE) representa um espaço aberto para a informação e a configuração em comum do conjunto das actividades nas ruas. Ao mesmo tempo achamos que é importante a ocupação das instituições universitárias como um lugar de reorganização e autogestão de nossas forças frente à repressão estatal para que nesta luta que suscitou não fique ninguém isolado ante o estado.
-Solidariedade com os detidos nos confrontos dos últimos dias.
-Que nenhum assassinato estatal fique sem resposta.
-Com o passar dos anos o ódio aumenta, policias porcos assassinos.
Ainda não dissemos a última palavra, estas noites são de Alexis
Assembleia da ocupação da faculdade de economia 08/12/08
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