Irrelevâncias

O Viriato Porto decidiu fazer coro com um discurso que cheira a linchamento de uma ponta à outra. O espírito que o animou reflecte-se bem na qualidade da escrita. Que é feito da abolição das prisões?

"Este é o maior fracasso da democracia portuguesa" grunhe a democrata amiga do democrata bochechas, a plumitiva que escreveu no mesmo espesso um artigo que justificava as canalhices doutro democrata de nome Miterrand. Eis um artigo que se pode esperar duma democrata que se agacha na companhia dum Vasco Desgraça Moura quando duas ratazanas de seus nomes Philippe Sollers e Susan Sontag vêm pontificar na "nossa" televisão nacional. Um discurso que apela à indignação dos cidadãos, essas criaturas das quais se abstraiu a classe e portanto a sua ira de classe e que por tal só se sentem confortáveis na impotência que a democracia lhes confere. Impotência essa bem capaz de linchamentos, como se sabe.

Clara Ferreira Alves, Fórum Social Mundial, outras tantas armadilhas que os nossos "anarquistas" de trazer por casa pespegam à ... ia dizer qualquer coisa relacionada com classe e bem tenho que a engolir que estes nossos figadais inimigos de Marx e afins no seu ecletismo sectário não estão para a tragar. Tragam uns afins que falam em multidão e também em reformas dando conselhos a estados e capitalistas, mas o que eles não tragam são os conselhos proletários da ditadura dos mesmos. O ecletismo tem limites ... por isso mesmo este senhor Viriato (daí o título do artigo) a primeira vez que me viu aparecer no defunto Indymedia Portugal tentou linchar-me fazendo coro com um escritor policial e estalinista de fábulas anarquistas, um tal Daeninckx, que acusava muito boa gente, com base apenas no seu delírio, de agentes da extrema-direita e negacionistas. O meu pecado? Divulgar textos desses supostos negacionistas. Tão negacionistas como os trotskistas eram agentes do nazi-fascismo segundo os camaradas do inquisidor. Mais recentemente traduzi um texto de alguém que realmente caiu nessa infâmia, mas escrito muito antes disso. Também não me ajudou ter usado algo provocativamente o nome da editora desse desgraçado como denominação da "biblioteca" que tenho disponibilizado na net. Acontece que esse nome era o de uma livraria de natureza bem diferente que o tinha tomado de uma expressão que Marx usava para designar a revolução. Um amigo anarquista chegou mesmo a dar esse nome, expurgado da sua idade, à livraria libertária informal que mantinha na casa onde ambos morávamos. Talvez isso tenha contribuído também na minha escolha à hora do baptismo.

E foi assim que o ecléctico anarquista num arroubo sectário e linchador me ferrou nas gâmbias.

1 comentários:

Bem, pelo menos andamos na mesma onda da música tradicional.

Paz ao Viriato, que já lutou muito,coitado!

14 de fevereiro de 2009 às 20:49  

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