O SIONISMO CONTRA OS JUDEUS
O Sionismo não ‘salvou’ Judeus do Holocausto, nem isso foi, em momento algum, a sua preocupação.
“Se soubesse que seria possível salvar todas as crianças da Alemanha transportando-as para Inglaterra ou apenas metade delas levando-as para Eretz Israel, eu optaria pela segunda alternativa”, disse em 1938 Ben Gurion , que se tornou o primeiro Primeiro Ministro israelita. Ele reconheceu que o salvamento teria sido o fim do Sionismo: “Se os nossos irmãos na América tiverem que escolher entre o salvamento físico dos Judeus da Europa e o Sionismo, escolherão o primeiro e isso seria o fim do nosso movimento.” A colonização da Palestina foi o único objectivo do Sionismo, mesmo à custa da vida de Judeus.
Este estado de coisas não se alterou quando os Judeus estavam a ser exterminados. O ‘gang’ Stern procurou obter uma aliança “anti-imperialista” com os Nazis, afirmando que “ existiriam interesses comuns entre o estabelecimento de uma Nova Ordem na Europa em conformidade com o conceito alemão e as verdadeiras (ler: sionistas) aspirações nacionais do povo judeu.” Fez-se um pacto infame para salvar 600 judeus seleccionados de Budapeste à custa de outros 800.000; membros das organizações juvenis sionistas- “o melhor material biológico” nas palavras do nazi Eichmann, foram salvos em troca de “paz e ordem” nos campos de concentração.
O Sionismo sempre se preocupou , não em opor-se ao Anti-Semitismo, mas apenas em encontrar um arranjo com ele. Mesmo durante o genocídio dos judeus, colocou o projecto colonial à frente das massas do povo judaico.
Os fundadores do Sionismo rejeitavam a possibilidade de ultrapassar o anti-semitismo através de lutas populares e pela revolução social. Moses Hess, Theodor Herzl e Chaim Weizmann escolheram o lado do poder de estado, da dominação de classe e da exploração. Perceberam perfeitamente que o culto do anti-semitismo era obra da mesma classe dominante da qual procuravam o favor.
Ao procurar mesmo o apoio dos anti-semitas, revelaram várias motivações: idolatria do poder ao qual associavam a força; a ilusão de acabar com a “fraqueza” e vulnerabilidade judaicas e com a situação de serem perpetuamente marginalizados.
Esta sensibilidade foi um pequeno passo no sentido da assimilação dos valores e ideias dos próprios inimigos dos judeus. Escreviam os sionistas que, os judeus eram de facto um povo indisciplinado, subversivo e dissidente, que merecia o desprezo que lhe votavam. Os sionistas alimentavam vergonhosamente o ódio racista ao judeu; a sua literatura está cheia dos estereótipos mais venenosos. Isto ia a par com o desejo anti-semita de se livrar de um grupo de pessoas há muito radicalizadas pelas perseguições e que iam engrossar as fileiras de muitos movimentos revolucionários.
O racismo e a opressão demonstrados pelo estado israelita não tem nada de anormal. As traições históricas do sionismo não lhe são exclusivas: elas são comuns a todo o nacionalismo. O nosso anti-sionismo baseia-se na oposição a todos os estados, a todas as fronteiras e a todas as nações; a todos os dominadores e exploradores do mundo.
JUDEUS CONTRA O SIONISMO
O sionismo reivindica falar por todos os judeus, porque deseja silenciar- nos. O sionismo reivindica a Palestina como pátria, porque quer desarraigar-nos. O sionismo reivindica ser a única defesa possível contra um novo holocausto, porque deseja dominar- nos.
As acções do estado israelita fizeram-nos realmente mais vulneráveis como judeus, como foi mostrado pelo aumento dos ataques anti- judaicos. Numa impressionante reviravolta, os membros duma congregação de uma sinagoga fortemente anti-sionista de Stoke Newington afirmaram que os militantes sionistas serão provavelmente responsáveis por um aumento brusco de ameaças e ataques contra eles.
Enquanto judeus somos supostamente obrigados a suportar um estado permanente de
guerra e a ter um "direito” risível a “retornar" a uma terra que muitos de nós nunca viram. Mas enquanto povo que descende dos que foram assassinados no genocídio nazi e nos incontáveis pogroms – e que têm sido assassinados há algumas décadas para cá por serem judeus e por terem cometido outros “crimes” também- rejeitamos o sionismo e o tudo que isso acarreta.
O sionismo é o resultado previsível do nacionalismo, do colonialismo e do estatismo, à escala mundial.
Nascido numa altura em que o mundo estava a ser dividido e o sistema europeu de estado-nação consolidado, o sionismo é o cúmplice do poder ocidental e o flagelo dos palestinianos. A aliança sionista com o poder e a tirania não o faz o guardião dos judeus. Tem colaborado sempre com racistas e assassinos com o fim de consolidar a colonização de Palestina.
Ao contrário, nós apoiamos aqueles que procuram derrubar ' os seus próprios' governos e líderes. Nós apoiamos esforços com potencial para minar o estado e o capitalismo. Os mais de 300 soldados israelitas que se recusaram a combater, os palestinianos resistindo no espírito basista da primeira Intifada, os activistas internacionais que espalham tanto as suas próprias lutas como as dos palestinianos são desenvolvimentos positivos . Entretanto, para além do médio oriente, de Argentina a Genebra, de Woomera a Campsfield, um mundo novo está a tentar expressar-se.
Por uma intifada global e pelo fim de todas as fronteiras!
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